sexta-feira, 3 de dezembro de 2004

Contos da mente (parte 1)
Ao som de: Annie Lennox - The Saddest Song


E então ela levantou e fechou as janelas para que o assoalho da sala não se molhasse com a feroz chuva que castigava as recém-plantadas rosas do jardim.
Aquele dia parecia não terminar. Apesar de nada demais ter acontecido.
Enquanto ela observava, imóvel, as folhas arracandas pelo vento que juntavam-se na calha, o telefone tocou. E tocou várias vezes, sem que ela acudisse ao seu chamado.
É estranha essa sensação de que temos tanto que fazer, que pensamos em tanta coisa ao mesmo tempo... mas o pensamento todo somado resulta em nada.
Um nada devorador e revoltante.
A chaleira que fervia a água do chá apitava, o relógio badalou as 6:00 horas, as pessoas chegavam em casa, a noite chegou. E tudo ficou por isso mesmo.

Ela ignorando todos.
Todos a ignorando.


Cecília, que sempre se pergunta: porque temos inspiração quando estamos tristes?

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